quinta-feira, 21 de maio de 2009

OS DIVERSOS ESTADOS DE MOVEIS ANTIGOS.

MÓVEL – “…Até ao fim do século XVI tudo era móvel e a sua acepção tão lata, que chegava a ir até às jóias e pratas, pois transportava-se tudo o que se tinha de precioso…” (Havard, 1894, tradução da autora). “[Móvel] de hua casa. Qualquer cousa destinada para uso ou ornato das casas na cidade, ou no campo.”(Bluteau, 1712/21); “…objecto que pode ser removido de local para local por iniciativa alheia” (Ferrão, 1990)."

Os móveis são criações complexas
• Pelo seu carácter utilitário, se encontram sujeitos a múltiplos desgastes.
• No passado eram sujeitos a contínuas renovações em que a originalidade nem sequer era questionada.
Os móveis "démodés", na antiguidade não eram destruidos. Em vez disso, seriam afastados das salas de recepção para lhes dar um novo uso em outras partes



FUNÇÃO INICIAL / ALTERAÇÕES

A função utilitária dos móveis é acompanhada pela sua estética, tanto a nível do mobiliário simples como em peças de representação.
Os móveis antigos não se destinavam a uma exposição museológica.
Com as raras excepções em que uma peça fora feita para uma colecção privada.
Mas serviam na vida quotidiana.
Tanto em palácios como em habitações mais modestas.
Este uso diário é a causam de um desgaste que se traduz em pequenas reparações, acabamentos removidos e ornatos substituídos.


O QUE É UM MÓVEL ANTIGO?

• A questão mais delicada e, ao mesmo tempo, importante tanto para o antiquário, como para o restaurador e o cliente, é de saber o que se deve entender por móvel Antigo”
Hoje em dia podemos encontrar as seguintes categorias de móveis antigos:

  • móveis negligenciados
  • móveis com alterações estilísticas e funcionais
  • móveis com restauro excessivo
  • móveis originais que praticamente não foram utilizados (peças de museu)


    Moveis negligenciados

    Trata-se de móveis que, durante anos, foram desprezados e negligenciados, adaptados a outras finalidades, ou simplesmente esquecidos na cave ou no sotão."



    Moveis com alterações estilísticas

    Modernização através de ferragens e pés novos.




    Móveis com Restauro excessivo

    Quando, no passado, se achava que um móvel necessitava de restauro, não se pensava apenas na restituição da sua funcionalidade, mas também no aspecto que a peça deveria ter depois da intervenção. Frequentemente, o restauro foi feito com a ideia de poder devolver ao móvel o aspecto que tinha quando saiu da oficina do seu criador.



    Moveis originais que deixaram de ser utilizados (peças de museus)

  • Uma vez entregues a um museu e classificados como fazendo parte do património, estes móveis deviam apenas estar sujeitos a medidas para a sua conservação.
  • É possível que uma peça destas entre num estado de deterioração que exija medidas mais fundas.

Por razões da sua idade, de dificuldades financeiras que não permitam guardá-los nas melhores condições, ou por negligência .


Bibliografia

• FISCHER, Cornelia, “Original ou Falsificação– Problemas de indentificação e de tratamento na conservação e no restauro de mobiliario antigo.”: Lisboa. 2000. trabalho final.
• Matrinet – Colecções do Instituto de Museus e da Conservação (Artes Decorativas: Mobiliário)
http://www.matriznet.ipmuseus.pt/ipm/MWBINT/MWBINT00.asp
• Normas de Inventário: Mobiliário. Lisboa: Instituto Português de Museus. 2004.

Sensibilização de manutenção dos nossos bens


Existem proprietarios de edificios que são hoje em dia, tesouros de bens patrimoniais com enorme significado artístico, histórico e cultural.

Além de objectos devotos,como as igrejas contém, apresentam-se também com forte pendor cultural, sendo a nossa identidade cultural. É portanto urgente valorizar, respeitar e preservar essas obras de arte.

Destacamos os retábulos em talha dourada, as esculturas, os vitrais, o mobiliário, as pinturas e ainda, peças em ourivesaria, têxteis, livros e outros documentos em papel.
Os principais factores que contribuem para a sua degradação são as oscilações bruscas de temperatura e humidade relativa, as pragas, a luz, os incêndios, as infiltrações e o factor humano manifestado pelo vandalismo e descuido, entre outros.

A prevenção é por isso, o melhor meio de dar resposta às diversas situações de risco para os bens integrados nas nossas igrejas.
No âmbito da formação em Conservação e Restauro, divulgamos alguns cuidados essenciais com o intuito que salvaguardar da melhor forma o nosso património artístico, para que persista no tempo de forma a transmitir às gerações futuras, o legado da nossa história e cultura.
Apesar de estar mais direccionado para quem cuida directamente das igrejas, zeladoras e párocos, é também importante que a comunidade esteja sensibilizada para os cuidados mais elementares, para que contribua para a boa preservação do nosso património.
Ao longo de varias visitas a varios locais, deslocações direccionadas para a análise e estudo da exposição e acondicionamento das varios benspresentes em varios edificios deparamo-nos com uma nova realidade acerca da conservação preventiva sobre as obras.

Resultante de uma incúria e ignorância sobre acções de manutenção dos espaços que advêm problemas que influenciam de forma indirecta os bens, favorecendo a sua degradação com o passar dos dias.

Aliados aos problemas mais comuns de degradação das obras, relacionados com a humidade e temperatura relativas, luz, infestações ou poluentes, junta-se uma unidade de problemas referentes à forma como as igrejas são zeladas, à segurança do edifício, ao manuseamento e identificação das obras, ou mesmo em relação à forma como é ornamentado o espaço.

by TemplatesForYouTFY
SoSuechtig, Burajiru